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25 25 março 2019

O TEMPO COM NOSSOS FILHOS

Jean Marx Educação, Pais e Filhos

Na sociedade moderna a impressão que temos é que o tempo é um bem precioso cada vez mais escasso. Em meio à pressão pela produtividade no trabalho, pela necessidade de gerir casa e relações, até mesmo a busca pelo prazer e lazer parecem gerar ansiedades. Como se, ao invés de momentos onde é propiciado o relaxamento e descanso, tivessem estes de ser vividos de forma intensa e compatível com a obrigação de compensarem o tempo dispendido nas “atividades obrigatórias”. Portanto, dentro desta lógica contemporânea, a pergunta maior que surge, relacionada à relação com nossos filhos, é: “Como tornar saudável a convivência com nossas crianças em meio a este turbulento cotidiano?”, ou ainda “Como arrumar tempo para nossas crianças?”.

Claro que não é uma questão fácil. Mas há meandros desta problemática que não são de difícil acesso e estão diretamente relacionados à qualidade de vida e de percepção do mundo à sua volta. Afinal, não é porque o mundo nos é dado, que devemos aceita-lo estritamente como está posto. Pequenos questionamentos são imprescindíveis para encontrar as brechas que tornarão nossa vida mais plena, sensata e… …feliz.

QUALIDADE DO TEMPO

Um tempo para pais e filhos

Se faz necessário perceber que, para criar estes momentos precisamos libertar o tempo que passaremos com nossos filhos da culpa de sua falta. E é justamente a ansiedade e a busca por remediar o que não damos que pode gerar a falta de qualidade do tempo. Até parece contraditório, mas na verdade é óbvio e sintomático. Não é tão necessário leva-los ao “Super Parque de Diversões” ou ao “Mega-ultra passeio”, em que tudo tem que ser absolutamente perfeito. Na verdade, é possível encontrar no dia-a-dia experiências simples e caseiras. E estas vão surtir efeito até maior do que as “operações grandiosas”, além de serem mais baratas.

BRINCADEIRA

Basta, na verdade, doar parte de seu tempo, de forma completa e magnânima aos pequenos. Uma simples brincadeira, com sua participação é um dos segredos mais fáceis de se pensar. Contanto que você esteja inteiro e cúmplice, a brincadeira torna-se o bem mais precioso de todos. Por exemplo: uma caça ao tesouro dentro de casa. Isso pode ser muito mais marcante na memória do que todas as cinquenta idas ao brinquedão do shopping. E, certamente, se tornará um referencial muito mais digno de carinho e estabilidade emocional. E isso se aplica também ao bebê. As vezes temos a impressão de que não é tão importante, pois também não lembramos de acontecimentos tão antigos. Mas é exatamente o contrário.

Tudo isso aponta na direção da percepção de que a qualidade verdadeira do tempo que passamos com e pelos nossos filhos é mais importante que a quantidade de tempo livre que possuímos para isso. Ou seja, estar presente não é dividir o mesmo espaço. Da mesma forma, ser não está implícito em existir. As crianças sabem intuitivamente dessas coisas e, depois, são como que, treinadas para esquecer. Afinal, já fomos crianças e deveríamos lembrar de tudo isso.

TEMPO PERDIDO E ENCONTRADO

É preciso mudar a chave que nos é imputada, subliminarmente, de que dedicar tempo para os filhos é “tempo perdido” para outras coisas. Na verdade, é tempo encontrado, de encontros. Amor não é algo que se possa terceirizar. Ele é real e mágico, mas também é construído, cultivado e valorizado. O olhar também define o que se enxerga. Nossos filhos sempre vão precisar de nossa companhia, de nosso olhar, de nosso amor e… …de nosso tempo.

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16 16 março 2019

INTEGRAÇÃO ENTRE PAIS E FILHOS – A ESCOLA

Jean Marx Pais e Filhos aprender, educação, escola, filhos, infantil, lúdico, pais, teçaya

É notório que o ritmo contemporâneo atinge de forma massiva a relação entre pais e filhos. Na escalada incessante de produção para a sociedade de consumo, falta tempo para o convívio fundamental para ambos. Mas… …se sabemos, até mesmo através da ciência, que a proximidade e convivência dos pais com os filhos é fundamental para o crescimento saudável das crianças, tanto do ponto de vista emocional como psicológico, como podemos preservá-lo? Como permitir que estas relações sejam as melhores possíveis, enquanto, por exemplo, não mudamos os parâmetros e prioridades sociais?

Neste caso, surge um outro ator importante neste cenário, fundamental para ajudar (ou não) a atingirmos nossos objetivos: a escola. Hoje a escola tem responsabilidades até maiores do que as que deveria possuir no processo de desenvolvimento dos pequenos. É parte da demanda social. As crianças passam, invariavelmente, muito mais tempo dentro destas instituições do que em suas próprias casas. Por isso, é muitas vezes lá que as crianças darão seus primeiros passos, farão as primeiras descobertas de palavras e frases, aprenderão a correr e desvendarão muitos dos mecanismos do mundo que existe do lado de fora. Isso é fato e não é passível de ser mudado em curto prazo: nossos filhos viverão uma boa parcela de seus momentos mais significativos dentro das escolas e, portanto, longe de seus pais. Apesar da constatação não ser feliz, ainda é possível reverter este processo e aproximar-se do compartilhamento destes instantes tão preciosos.

PAIS E FILHOS – ESCOLHENDO A ESCOLA

Portanto, a escolha do espaço pedagógico é muito importante para contribuir para uma maior aproximação e participação no cotidiano de nossos filhos. Pensando nisso, o Projeto Teçaya selecionou quatro das principais dicas para ajudar nesta busca importante para pais e filhos.

1. Escola aberta

Parece óbvio, mas não é. Há escolas que argumentam que não permitem a entrada dos pais para não atrapalhar o bom funcionamento e organização da escola. A boa escola, que deseja uma maior proximidade com os responsáveis, busca a conciliação entre seu cotidiano e a possibilidade dos pais poderem ocupar seus espaços internos. Claro que há horários em que a entrada dos responsáveis pode não se conveniente até mesmo para o desenvolvimento e relacionamentos da criança, mas isso não deve permitir que concordemos com uma aproximação do âmbito escolar com um sistema prisional;

2. Boa comunicação

Na mesma direção, os pais deveriam dar preferência para as escolas que se esforçam para prestar boas informações. Os pais precisam saber com precisão o que acontece dentro da escola. Portanto, são bem vindos reuniões de pais (tanto as regulares como as extraordinárias), eventos participativos e, fundamentalmente, disponibilidade para atender as demandas;

Projeto Teçaya realizando atividades de artes integradas com as crianças
Teçaya em ação. Artes integradas

3. Qualidade e não quantidade de atividades

O número de atividades a que nossos filhos são submetidos não é diretamente proporcional à qualidade da educação desenvolvida. Por isso é melhor dar preferência à escolas que compreendem que o tempo de brincar é tão ou mais importante do que o tempo em atividades direcionadas;

4. Fora da escola

Apesar de ser fundamental escolher uma boa escola para nossos filhos, a melhor forma de diminuir o distanciamento é aproveitar o tempo juntos. Portanto, se é fato que, provavelmente, nossos filhos darão seus primeiros passos e farão muitas descobertas dentro dos muros das escolas, também é fato de que é plenamente possível tornar cada minuto deles conosco brilhante como um pôr-do-sol. Brincar com nossos filhos e passear com eles. Ajuda-los a ver, pela primeira vez, o mar, a floresta, cachoeiras, parques, filmes. Ouvir músicas juntos. Afinal, se o tempo que nos é dado pela sociedade é demasiado curto, façamos deste o mais precioso dos tempos.

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7 07 março 2019

A importância do lúdico na educação infantil

admin Educação aprender, educação, infantil, lúdico

O BRINCAR E O EDUCAR

Porque assegurar à infância um tempo em que o brincar e o educar se misturam? É mais importante brincar ou educar?

Vamos nos aprofundar nestas perguntas com base nos objetivos propostos pelo RCNEI, entre outros, citam-se:

Contribuir para que a criança amplie seu conhecimento de mundo, por meio do desenvolvimento de suas capacidades cognitivas, afetivas e sociais;

Propiciar à criança o contato inicial com o patrimônio cultural de seu espaço local, ou seja, da sociedade onde vive;

Estimular nas crianças sua responsabilidade global em relação à educação ambiental e ao saber conviver em sociedade;

Possibilitar à criança recursos e meios, a fim de que lhe seja permitido explorar a sua infância como seu tempo presente.

Nessa etapa inicial da escolarização, o brincar e o educar têm uma função de contribuir para que a criança viva seu tempo, sem atropelos e tenha respeitado o seu ritmo, já que toda brincadeira é uma linguagem infantil que mantém um vínculo essencial com aquilo que é o ‘não – brincar’. Assim pode-se oferecer a criança uma aproximação com a escola, despertando o desejo de ali permanecer, com prazer, e tendo sucesso em seu percurso.

O brincar não significa só reproduzir a realidade, pois ao fazê-lo, a criança desenvolve uma ação social e cultural e a recria com o seu poder de reinvenção e de imaginação. Ao explorar o ambiente, a criança vai desenvolvendo o educar, ou seja, incorpora processos de formação e de aprendizagem, socialmente elaborados e destinados a instruí-la ao saber social. Educar nessa perspectiva, portanto remete à ludicidade, ao jogo, às interações na rodinha, à socialização em espaços escolares e não-escolares.

Sendo assim, cabe a nós professores a tarefa de mediar brincadeiras como forma de educar, ao contrário do pensamento de muitos que brincar na educação venha a ser perda de tempo, não o brincar e o educar se integram na educação, sendo papel de maior importância de o professor fazer com que a criança tenha um tempo de sonhar, de crescer, de amadurecer, de possibilitar desenvolver as suas estruturas mentais superiores de forma equilibrada e contínua em busca de sua autonomia.

Neste universo de possibilidades, não podemos limitar a atuação do professor ao espaço da sala de aula, devemos abrir um leque de oportunidades dentro e fora da escola, trazendo para sala de aula as vivências de mundo que este aluno tem, e adaptá-lo dentro das atividades escolares, assim podemos trabalhar com respeito e dignidade humana.

Devemos pensar a escola como espaço de ações e interações de grande influência significativamente no processo de ensino e aprendizagem dos nossos alunos, não só o professor, no interior de uma sala de aula, mas outras pessoas que também compõem esse espaço escolar potencializam ou inibem a aprendizagem, interferindo na formação do aluno.

Cabe ao professor, o papel de mediador da aprendizagem, devendo fazer uso de novas metodologias, procurando sempre incluir na sua prática as brincadeiras, pois seu objetivo é formar educandos atuantes, reflexivos, participativos, autônomos, críticos, dinâmicos e capazes de enfrentar desafios.

Devemos entender também que a criança necessita de orientação para o seu desenvolvimento, perspicácia do educador levando-a a compreender que a educação é um ato institucional que requer orientação, supervisão e mediação de um adulto.

O BRINCAR NA SALA DE AULA

Um ambiente de aprendizagem escolar é um ambiente em que um indivíduo está sujeito a oportunidades de aprendizagem. Muitas vezes o termo ambiente de aprendizagem é confundido com o espaço físico onde ocorrem práticas educativas. Um exemplo de ambiente de aprendizagem é o ambiente de aprendizagem escolar, que é um ambiente planejado, ou organizado, para que ocorram práticas  educativas. Nesse ambiente, o professor tem um papel fundamental, que pode ser tanto na preparação, organização e sistematização da aprendizagem, como no direcionamento ou orientação do processo de aprendizagem.

Os ambientes de aprendizagem podem ser classificados a partir de vários critérios, pois há vários fatores que interferem num processo de aprendizagem, entre eles a sistematização e a autonomia do aprendiz. A sistematização é o que estrutura e valida o processo de aprendizagem, como avaliações, certificados e contratos entre os sujeitos que participam do processo. Já o nível de autonomia do aprendiz expressa o grau de controle que a organização do ambiente e os demais atores envolvidos imprimem nas interações do aprendiz com os diferentes objetos de aprendizagem. A caracterização de um ambiente de aprendizagem pode ser realizada a partir de uma linha contínua em que quanto maior a sistematização e menor a autonomia, maior o caráter formal da aprendizagem.

Assim, podemos ter a dimensão do valor da ludicidade tendo o papel de permitir que você e seu aluno experimentem novas aventuras, novos aprendizados, porque está livre para descobrir uma nova janela para o saber. Os estímulos do meio externo entram provocando e respondendo aos interesses da educação permitindo avançar nos descobrimentos produzidos pelos diferentes caminhos do conhecimento e da convivência.

A ludicidade permite a liberdade emocional necessária para explorar e experimentar, para envolver-se emocionalmente numa criação e para permitir descobrimentos incentivados pela curiosidade.

A sala de aula pode se transformar também em lugar de brincadeiras, se o professor conseguir conciliar os objetivos pedagógicos com os desejos do aluno, para tal, é necessário encontrar o equilíbrio entre o cumprimento de suas funções pedagógicas – ensinar conteúdos e habilidades, ensinar a aprender – e psicológicas, contribuindo para o desenvolvimento da subjetividade, para a construção do ser humano autônomo e criativo – na moldura do desempenho das funções sociais –, preparar para o exercício da cidadania e da vida coletiva, incentivar a busca da justiça social e da igualdade com respeito à diferença.

Reconstruir conceitos importantes sobre o ato de brincar e sua importância no contexto escolar é fundamental para a prática pedagógica do professor. Se ele busca a formação de indivíduos dinâmicos, criativos, reflexivos e capazes de enfrentar desafios, devem proporcionar condições para que as crianças brinquem de forma espontânea, dando a elas a oportunidade de ter momentos de prazer e alegria no ambiente escolar, tornando-se autoras de suas próprias criações. Mais uma vez remetendo a, quando não reprimidas, a espontaneidade e a criatividade agem no sentido de fazer as coisas, de brincar; conseqüentemente, as crianças alcançam a aprendizagem.

Mas o que seria, de fato, uma aula lúdica? Para Fortuna (2000, p. 9), “uma aula lúdica é uma aula que se assemelha ao brincar”, ou seja, é uma aula livre, criativa e imprevisível. É aquela que desafia o aluno e o professor, colocando-os como sujeitos do processo pedagógico. A presença da brincadeira na escola ultrapassa o ensino de conteúdos de forma lúdica, dando aos alunos a oportunidade de aprender sem perceber que o estão.

O brincar estimula a inteligência porque faz com que o indivíduo solte sua imaginação e desenvolva a criatividade, possibilitando o exercício da concentração, da atenção e do engajamento, proporcionando, assim, desafios e motivação.

Por meio dos jogos e das brincadeiras o educando explora muito mais sua criatividade, melhora sua conduta no processo ensino-aprendizagem e sua auto-estima, porém, o educador deve ter cuidado de como são colocados os jogos em seus fins pedagógicos, para que não se transformem em atividade dirigida e manipuladora. Se isso ocorrer o jogo deixará de ser jogo, pois não será caracterizado com liberdade e espontaneidade.

Sendo assim, o jogo deve ser visto como possibilidade de ser mediador de aprendizagens e propulsor de desenvolvimento no ensino formal, mas quando, a atividade se torna utilitária e se subordina como meio a um fim, perde o atrativo e o caráter de jogo. A partir do momento que a criança é obrigada a realizar um jogo, sem nenhum interesse ou motivação, o jogo perde toda a sua característica e acaba tornando-se mais uma atividade “séria” de sala de aula.

Há diferença entre o jogo e a brincadeira, dentro e fora da sala de aula. O jogo carrega em si um significado muito abrangente. É construtivo porque pressupõe uma ação do indivíduo sobre a realidade. É carregado de simbolismo, reforça a motivação e possibilita a criação de novas ações e o sistema de regras, que definem a perda ou o ganho. Nem todos os jogos e brincadeiras são sinônimos de divertimento, pois a perda muitas vezes pode ocasionar sentimentos de frustração, insegurança, rebeldia e angústia. Dessa forma, são sentimentos que devem ser trabalhados principalmente na escola, para que não se perpetuem impossibilitando que a criança tenha novas iniciativas. A brincadeira é a atividade mais típica da vida humana, por proporcionar alegria, liberdade e contentamento. É a ação que a criança desempenha ao concretizar as regras do jogo e ao mergulhar na ação lúdica.

Os jogos e brinquedos são meios que ajudam a criança a penetrar em sua própria vida tanto como na natureza e no universo.

A IMPORTÂNCIA DO BRINCAR E DA CRIATIVIDADE

O lúdico é extremamente importante para o desenvolvimento do ser humano, e pode auxiliar na aquisição de novos conhecimentos, em sala de aula, facilitando muito no processo ensino-aprendizagem. É através de atividades lúdicas, que “o educando” explora muito mais sua criatividade, melhora sua conduta no processo de ensino-aprendizagem e sua auto-estima

O professor precisa apropriar-se do brincar, inserindo-o no universo escolar. O adulto é afetivamente importante para a criança, quando acolhe suas vivências lúdicas e abre um espaço potencial de criação. Com isso, o professor instiga a criança à descoberta, à curiosidade, ao desejo de saber. A criança tem no professor um parceiro nessa busca.

Kishimoto (1994, p. 18),

Explicita que o jogo educativo tem a vantagem de aliar contentamento e aprendizagem. Ele afirma também que muitos autores, ao tratar dessa temática, tentam conciliar a tarefa de educar com a necessidade irresistível de brincar.

“Nessa junção surge o jogo educativo, um meio de instrução, um recurso de ensino para o professor e, ao mesmo tempo, um fim em si mesmo para a criança que só quer brincar.

“O jogo transita livremente entre o mundo interno e o mundo real” (FORTUNA, 2000, p. 2), o que garante à criança a fuga temporária da realidade. Tudo se transforma em lúdico para o aluno, mas o professor precisa trazer do lúdico a realidade, a verdade subentendida como conhecimento, especialmente o escolar.

Como afirma Fortuna (2008, p. 4), “defender o brincar na escola, por outro lado, não significa negligenciar a responsabilidade sobre o ensino, a aprendizagem e o desenvolvimento”.

É preciso, nesse aspecto, que o professor busque o equilíbrio entre ministrar aulas convencionais, em que recursos como lápis e caderno precisam fazer parte do cotidiano como forma de preparo para o mundo adulto, e aulas lúdicas. Por isso, o professor deve utilizar as atividades criativo-lúdicas como suporte do desenvolvimento e da aprendizagem, por meio de seus procedimentos, e, nesta circunstância, criar situações e propor problemas, assumindo sua condição de parceiro na interação e sua responsabilidade no desenvolvimento cognitivo, psicomotor e psicossocial do aluno.

Ao buscar uma rotina que propicie o desenvolvimento pleno do ser humano, indo além de teorias e conceitos, nada melhor que explorar e experimentar. Assim, o lúdico se faz uma ferramenta enriquecedora, pois brincando o aluno expressa suas ideias e pensamentos sobre o mundo que o cerca. Dessa maneira, dá pistas ao professor de como complementar, no sentido de promover, outros conhecimentos, ampliando seu repertório e seu conhecimento de mundo.

AS IMPLICAÇÕES NO ATO DE BRINCAR NO DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA NO AMBIENTE ESCOLAR

A brincadeira favorece a criação da Zona de Desenvolvimento Proximal, pois ao brincar a criança age além do comportamento da sua faixa etária e da sua realidade diária, produzindo atividades e experiências novas, criando modos de pensar e agir no mundo que desafiam o seu conhecimento já internalizado. A brincadeira cria uma zona de desenvolvimento proximal, porque ela favorece a emergência de certos processos psicológicos e estimulam outros que começam a se constituir.

Acreditamos que a criança usa a brincadeira como mediadora desse processo de apropriação, expandindo suas relações com o mundo dos objetos e símbolos humanos, dessa forma, assimila, compreende e aprende a viver socialmente no espaço em que está inserida. Defendo a concepção de que a escola precisa ressaltar a importância da brincadeira para o desenvolvimento social e cognitivo da criança, para que o conteúdo seja apresentado à criança de forma mais prazerosa dando assim um aprendizado mais consistente e estimulante para o aluno, pois a sociedade difunde uma idéia que limita o ato de brincar a um simples passatempo, sem funções mais importantes que entreter a criança em atividades divertidas. É preciso reforçar a ideia de que os professores tem na brincadeira uma ferramenta importante para proporcionar aos alunos momentos lúdicos que possibilitem o desenvolvimento de um processo de aprendizagem e socialização.

A criança precisa de um momento livre maior para ampliar as suas atividades lúdicas, pois a brincadeira é muito importante para o desenvolvimento de vários processos mentais.

Brincar, segundo o dicionário Aurélio (2003), é “divertir-se, recrear-se, entreter-se, distrair-se, folgar”, também pode ser “entreter-se com jogos infantis”, ou seja, brincar é algo muito presente nas nossas vidas, ou pelo menos deveria ser. Segundo Oliveira (2000):

O brincar não significa apenas recrear, é muito mais, caracterizando-se como uma das formas mais complexas que a criança tem de comunicar-se consigo mesma e com o mundo, ou seja, o desenvolvimento acontece através de trocas recíprocas que se estabelecem durante toda sua vida.

Assim, através do brincar a criança pode desenvolver capacidades importantes como a atenção, a memória, a imitação, a imaginação, ainda propiciando à criança o desenvolvimento de áreas da personalidade como afetividade, motricidade, inteligência, sociabilidade e criatividade.

Vygotsky (1998), um dos representantes mais importantes da psicologia histórico-cultural, partiu do princípio que: “O sujeito se constitui nas relações com os outros, por meio de atividades caracteristicamente humanas, que são mediadas por ferramentas técnicas e semióticas”.

Nesta perspectiva, a brincadeira infantil assume uma posição privilegiada para a análise do processo de constituição do sujeito, rompendo com a visão tradicional de que ela é uma atividade natural de satisfação de instintos infantis. Ainda, podemos afirmar que a brincadeira é como uma maneira de expressão e apropriação do mundo das relações, das atividades e dos papéis dos adultos. A capacidade para imaginar, fazer planos, apropriar-se de novos conhecimentos faz surgir, nas crianças, através do brincar, pois a criança por intermédio da brincadeira, das atividades lúdicas está vivenciando novos conhecimentos, e atua, mesmo que simbolicamente, nas diferentes situações vividas pelo ser humano, reelaborando sentimentos, conhecimentos, significados e atitudes trazendo para si uma enorme bagagem de conhecimento e vivências prazerosas de sua vida escolar.

De acordo com o Referencial Curricular Nacional da Educação Infantil (BRASIL, 1998, p. 27, v.01):

O principal indicador da brincadeira, entre as crianças, é o papel que assumem enquanto brincam. Ao adotar outros papéis na brincadeira, as crianças agem frente à realidade de maneira não-literal, transferindo e substituindo suas ações cotidianas pelas ações e características do papel assumido, utilizando-se de objetos substitutos.

Quando brinca, a criança prepara-se para a vida, pois é através de sua atividade lúdica que ela vai tendo contato com o mundo físico e social, bem como vai compreendendo como são e como funcionam as coisas. Assim, podemos destacar que quando a criança brinca, parece mais madura, pois entra, mesmo que de forma simbólica, no mundo adulto que cada vez se abre para que ela lide com as diversas situações.

Portanto, a brincadeira é de fundamental importância para o desenvolvimento infantil e na vivência escolar, na medida em que a criança pode transformar e produzir novos significados. Nas situações em que a criança é estimulada, é possível observar que rompe com a relação de subordinação ao objeto, atribuindo-lhe um novo significado, o que expressa seu caráter ativo, no curso de seu próprio desenvolvimento.  A introdução de jogos e atividades lúdicas no cotidiano escolar é muito importante, devido à influência que os mesmos exercem frente aos alunos, pois quando eles estão envolvidos emocionalmente na ação, torna-se mais fácil e dinâmico o processo de ensino e aprendizagem.

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